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domingo, 30 de setembro de 2007

...

" Não há no mundo lei que possa condenar
Alguém que a um outro alguém deixou de amar
Eu já me preparei, parei para pensar
E vi que é bem melhor não perguntar
Porque é que tem que ser assim
Ninguém jamais pode mudar
Recebe menos quem mais tem pra dar
E agora queira dar lincença, que eu já vou
Deixa assim, por favor
Não ligue se acaso o meu pranto rolar, tudo bem
Me deseje só felicidade, vamos manter a amizade
Mas não me queira só por pena" (Trajetória - interpretação: Maria Rita)




sábado, 29 de setembro de 2007

Momentos de saudades estranhas...
Parece que o passado resiste até as últimas forças pra ser esquecido...
Mudam-se as aparências, mudam-se as atitudes, faz-se necessárias várias reformas íntimas, mas lembranças do passado persistem em permanecer nos pequenos detalhes, naquela música, naquelas horas do dia, aquele jogo, falando em jogo, tenho sentido falta de jogar xadrez...

Dias de sol e solidão, que não são tão ruins quanto pensei, o calor sim, é insuportável!

ouvindo: Sneaky - Groove Colective






quarta-feira, 26 de setembro de 2007

Será que você é melhor do que o vinho?






































































20 anos blues


Ontem de manha, quando acordei
Olhei a vida e me espantei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu tenho mais de mil perguntas sem respostas
Estou ligada num futuro blues
Os meus pais nas minhas costas
As razes na marquise
Eu tenho mais de vinte muros
O sangue jorra pelos furos
Pelas veias de um jornal
Eu nao te quero, eu te quero mal
Essa calma que inventei, bem sei
Custou as contas que contei
Eu tenho mais de vinte anos
Eu quero as cores e os colrios - meus delrios
Estou ligada num futuro blues
Os meus pais nas minhas costas
As razes na marquise
Eu tenho mais de vinte anos
O sangue jorra pelos furos,pelas veias de um jornal
Eu nao te quero, eu te quero mal

terça-feira, 25 de setembro de 2007

Cai chuva...





Ontem choveu e refrescou um pouco... os trovões foram música fria para os meus ouvidos quentes...
Ipês brancos pra celebrar a primavera, meus favorito e favorita!

***
Primavera - Tim Maia

Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti
Eu, é primavera
Te amo, é primavera
Te amo, meu amor
Trago esta rosa, para te dar
Trago esta rosa, para te dar
Meu amor
Hoje o céu está tão lindo
Cai chuva
Hoje o céu está tão lindo
Quando o inverno chegar
Eu quero estar junto a ti
Pode o outono voltar
Eu quero estar junto a ti
Eu, é primavera
Te amo, é primavera
Te amo, meu amor
Trago esta rosa, para te dar
Trago esta rosa, para te dar
Meu amor
Hoje o céu está tão lindo
Cai chuva
Hoje o céu está tão lindo
Cai chuva
Hoje o céu está tão lindo
Cai chuva
Hoje o céu está tão lindo.

domingo, 23 de setembro de 2007

Moral e Emoções



"Todos sabemos, a partir do que sentimos em relação a nós mesmos e dentro de nós, que nossos atos conscientes emanam de nossos desejos e temores. A intuição nos diz que isso se aplica também a nossos semelhantes e aos animais superiores. Todos tentamos evitar a dor e a morte, ao mesmo tempo que buscamos o que é agradável. Somos todos governados, no que fazemos, por impulsos; e estes se organizam de tal modo que nossas ações servem, em geral, à nossa própria preservação e à de espécie. Fome, amor, dor, medo são algumas dessas forças internas que comandam o instinto individual de autoconservação. Ao mesmo tempo, como seres sociais, somos movidos, nas relações com nossos semelhantes, por sentimentos como simpatia, orgulho, ódio, necessidade de poder, pidedade, e assim por diante. Todos esses impulsos primários, de difícil descrição em palavras, são as molas dos atos humanos. Toda essa ação cessaria se essas poderaos forças primárias deixassem de se agitar dentro de nós.
Embora nossa conduta pareça muito diferente da dos animais superiore, os instintos primários são muito semelhantes neles e em nós. A diferença mais evidente resulta do importante papel desempenhado no homem por um poder de imaginação relativamente intenso e pela capacidade de pensar, auxilada como é pela linguagem e outros instrumentos simbólicos. O pensamento é, no homem, o fator organizador interposto entre os instintos primários causais e as ações resultantes. Desse modo, a imaginação e a inteligência participam de nossa existência no papel de servas dos instintos primários. Sua intervenção, contudo, faz com que nossos atos atendam cada vez menos à meras exigências imediatas de nossos instintos. Através delas, o instinto primários liga-se a fins que se tornam cada vez mais distantes. Os instintos põem o pensamento em ação e o pensamento provoca ações intermediárias, inspiradas por emoções igualmente relacionadas com a meta final. Por força da repetição, esse processo faz com que as idéias e crenças adquiram e conservem grande eficácia, mesmo depois de os fins que lhes deram essa força estarem há muito esquecidos. Nos casos anormais em que essas fortes emoções tomadas de empréstimo aferram-se a objetos esvaziados de seus antigos significados próprios, falamos de fetichismo.
O processo que indiquei, no entanto, desempenha um papel muito importante também na vida comum. De fato, não dúvida de que é a esse processo - que podemos descrever como uma espiritualização das emoções e do pensamento - que o homem deve os mais sutis e refinados prazeres de que é capz: o prazer diante da beleza da criação artística e dos encadeamentos lógicos do pensamento.
Até onde posso ver, uma consideração se impõe no limiar de todo ensinamento moral. Se os homens, como indivíduos, cedem ao apelo de seus instintos básicos, evitando a dor e buscando satisfação apenas para si próprios, o resultado para todo o seu conjunto é, forçosamente, um estado de insegurança, medo e sofrimento geral. Se, além disso, eles usam sua inteligência numa perspectiva individualista, isto é, egoísta, baseando suas vidas na ilusão de uma existência feliz e descompromissada, as coisas dificilmente podem melhorar. Em comparação com os outros instintos e impulsos primários, as emoções do amor, da piedade e da amizade são fracas e limitadas demais para conduzir a sociedade humana a uma condição tolerável.
[...]
A verdadeira dificuldade, aquela que tem desconcertado os sábios de todas as épocas, é antes a seguinte: como tornar nossos ensinamentos fortes o bastante, na vida emocional do homem, para que sua influência resista à pressão das forças psíquicas básicas do indivíduo? Não sabemos, é claro, se os sábios do passado realmente se formularam essa pergunta, conscientemente e nesses termos; mas sabemos o quanto se empenharam em resolver o problema.
[...]
Nem é preciso dizer que vemos com satisfação que a religião busca lutar pela realização do princípio moral. O imperativo moral, no entanto, não é algo que interesse apenas à igreja ou à religião, mas o mais precioso bem tradicional de toda a humanidade. Consideremos, desse ponto de vista, a posiçaõ da imprensa, ou das escolas, com seu método competitivo! Tudo é dominado pelo culto à eficiência e ao sucesso, e não pelo valor das coisas e dos homens no tocante aos fins morais da sociedade humana. A isto é preciso acrescentar a deterioração moral que resulta de uma luta econômica implacável. No entanto, o cultivo deliberado do senso moral também fora da esfera religiosa, deveria contribuir igualmente para isto: para levar os homens a considerar que os problemas sociais nada são que oportunidades para um trabalho prazenteiro por uma vida melhor. Pois, encarada do mero ponto de vista humanos, a conduta moral não significa apenas uma rígida exigência de renúncia a algumas das almejadas alegrias da vida, mas sobretudo um interesse solidários numa melhor sorte para todos os homens.
[...]
Há uma outra decorrência dessa concepção: não só devemos tolerar as diferenças entre indivíduos e entre grupos, como devemos de fato aceitá-las com satisfação e considerá-las enriquecedoras de nossa existência. Essa é a essência de toda tolerância verdadeira; sem tolerância neste sentido mais amplo, não se pode falar de verdadeira moralidade.
A moralidade, no sentido aqui brevemente indicado, não é um sistema fixo e inflexível. É antes um ponto de vista a partir do qual todas as questões que surgem da vida podem e devem ser julgadas. É uma tarefa nunca acabada, algo sempre presente para guiar nosso julgamento e inspirar nossa conduta. Acaso se pode conceber que algum homem verdadeiramente imbuído desse ideal fique satisfeito:
- se receber de seus semelhantes um mairo retorno em bens e serviços do que a maioria dos outros homens jamais recebeu?
- se seu país, por sentir-se neste momento militarmente seguro, se mantiver alheio à aspiração de se criar um sistema supranacional de segurança e justiça?
Pode ele contemplar passivamente, ou até com indiferença, o fato de, em outra parte do mundo, haver pessoas inocentes sendo brutalmente perseguidas, privadas de seus direitos ou até massacradas?
Formular estas perguntas é respondê-las!"
(Moral e emoções, do livro: Escritos da Maturidade - Albert Einstein)

sexta-feira, 21 de setembro de 2007

Chove, chuva, chove sem parar...



Foi uma chuvinha tão tímida... fiquei assistindo lá do 15º andar... Ô São Pedro, deixa de amarrar, solta a água!

***
Cómo hacerte saber
Cómo hacerte saber que siempre hay tiempo?
Que sólo tiene que buscarlo y dárselo.
Que nadie establece normas salvo la vida.
Que la vida sin ciertas normas pierde forma.
Que la forma no se pierde con abrirnos.
Que abrirnos no es amar indiscriminadamente.
Que no esta prohibido amar.
Que también se puede odiar.
Que el odio y el amor son afectos.
Que la agresión por que si, hiere mucho.
Que las heridas se cierran.
Que las puertas no deben cerrarse.
Que la mayor puerta es el afecto.
Que los afectos nos definen.
Que definirse no es remar contra la corriente.
Que no cuanto más fuerte se hace el trazo más se dibuja.
Que buscar un equilibrio no implica ser tibio.
Que negar palabras implica abrir distancias.
Que encontrarse es muy hermoso.
Que el sexo forma parte de lo hermoso de la vida.
Que la vida nace del sexo.
Que el “porque” de los niños tiene un por qué.
Que querer saber de alguien no es sólo curiosidad,
Que querer saber todo de todos es curiosidad malsana.
Que nunca está de más agradecer.
Que la autodeterminación no es hacer las cosas solo.
Que nadie quiere estar solo.
Que para no estar solo hay que dar,
Que para dar debemos recibir antes,
Que para que nos den también hay que saber como pedir.
Que saber pedir no es regalarse.
Que regalarse es en definitiva no quererse.
Que para que nos quieran debemos demostrar qué somos.
Que para que alguien sea debemos ayudarlo.
Que ayudar es poder alentar y apoyar.
Que adular no es ayudar.
Que adular es tan pernicioso como dar vuelta la cara.
Que las cosas cara a cara son honestas.
Que nadie es honesto porque no roba.
Que el que roba no es ladrón por placer.
Que cuando no hay placer en las cosa no se está viviendo.
Que para sentir la vida no hay que olvidarse que existe la muerte.
Que se puede estar muerto en vida.
Que se siente con el cuerpo y la mente.
Que con los oídos se escucha.
Que cuesta ser sensible y no herirse.
Que herirse no es desangrarse.
Que para no ser heridos levantamos muros.
Que quien siembra muros no recoge nada.
Que casi todos somos albañiles de muros.
Que sería mejor construir puentes.
Que sobre ellos se va a la otra orilla y también se vuelve.
Que volver no implica retroceder.
Que retroceder también puede ser avanzar.
Que no por mucho avanzar se amanece cerca del sol.

Mario Benedetti

quarta-feira, 19 de setembro de 2007




Roda viva

(Chico Buarque)


Tem dias que a gente se sente
Como quem partiu ou morreu
A gente estancou de repente
Ou foi o mundo então que cresceu
A gente quer ter voz ativa
No nosso destino mandar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega o destino pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A gente vai contra a corrente
Até não poder resistir
Na volta do barco é que sente
O quanto deixou de cumprir
Faz tempo que a gente cultiva
A mais linda roseira que há
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a roseira pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
A roda da saia, a mulata
Não quer mais rodar, não senhor
Não posso fazer serenata
A roda de samba acabou
A gente toma a iniciativa
Viola na rua a cantar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a viola pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
O samba, a viola, a roseira
Um dia a fogueira queimou
Foi tudo ilusão passageira
Que a brisa primeira levou
No peito a saudade cativa
Faz força pro tempo parar
Mas eis que chega a roda viva
E carrega a saudade pra lá
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração
Roda mundo, roda gigante
Roda moinho, roda peão
O tempo rodou num instante
Nas voltas do meu coração

***

Concentração, com centração, com cem tração, concentra então!

domingo, 16 de setembro de 2007

Deus fez o mundo para se divertir?


Mais um trecho de Os vagabundos iluminados:
"Vamos escrever poemas, arrumaremos uma impressora e imprimiremos nossos próprios poemas, a Editora do Darma, vamos poetizar tudo e fazer um livro gordo e de bombas frias para o público tolo"
"Ah, o público não é tão mau assim, esse pessoal também sofre. A gente sempre acaba lendo a respeito de um barraco de papel alcatroado que pega fogo em algum lugar do Meio-Oeste e mata três criancinhas e a gente vê uma foto dos pais chorando. Até o gatinho queimou. Japhy, você acha que Deus fez o mundo para se divertir porque estava entediado? Porque, se for assim, ele tinha mesmo que ser maldoso."
"Nossa, o que você quer dizer com Deus?"
"Apenas Tathagata, se você preferir."
"Bom, diz no sutra que Deus, ou Tathagata, não emana um mundo do próprio útero, mas que parece ser assim devido à ignorância dos seres sencientes."

uma abelhinha européia passeando pelo flamboyant...




Trecho de Os vagabundos iluminados de Kerouac:
"... Caminhando de um lado para o outro no quintal, ao anoitecer, cantarolando Wee Small Hours, quando cheguei ao verso 'when the whole is fast asleep', meus olhos encheram-se de lágrimas. 'Tudo bem, mundo', eu disse, 'eu vou te adorar.' À noite, na cama, aquecido e feliz no meu saco de dormir no bom beliche de cânhamo, via minha mesa e minhas roupas à luz do luar e sentia: 'Pobre desse rapaz Raymond, o dia dele é tão cheio de mágoa e preocupação, as razões dele são tão efêmeras, precisar viver é algo tão aterrador e penoso...', e com isso, dormia como um carneirinho. Será que somos anjos caídos que não quiseram acredita que o nada é nada e portanto nascemos para perder aqueles que amamos e os amigos queridos um por um e afinal nossa própria vida, para ter essa comprovação?... Mas a manhã fria retornava, com nuvens escapando da garganta Lightning como se fossem uma fumaça gigante, o lago lá embaixo sempre de um cerúleo neutro, e o vazio o mesmo de sempre. Ó dentes da terra que rangem, para onde tudo isso nos levaria a não ser para alguma eternidade dourada, para comprovar que sempre estivemos errados, para comprovar que a comprovação em si mesma não valia nada..."

sábado, 15 de setembro de 2007

Vai saber das tristezas e alegrias que surgem ao som de um bom samba...


Filosofia

Letra e música: Noel Rosa


O mundo me condena
E ninguém tem pena
Falando sempre mal do meu nome
Deixando de saber
Se eu vou morrer de sede
Ou se vou morrer de fome.

Mas a filosofia
Hoje me auxilia
A viver indiferente assim.
Nesta prontidão sem fim
Vou fingindo que sou rico
Para ninguém zombar de mim.

Não me incomodo
Que você me diga
Que a sociedade
É minha inimiga.
[Hoje] cantando neste mundo
Vivo escravo do meu samba
Muito embora vagabundo.

Quanto a você
Da aristocracia
Que tem dinheiro
Mas não compra alegria
Há de viver eternamente
Sendo escrava desta gente
Que cultiva hipocrisia.

E pensar que é só o começo...



















O amor é mágica.

A mágica é mistério, ilusão.
O amor é incompreensível, inexplicável ou um truque!

***

Os barcos

(Letra: Renato Russo
Música: Dado Villa-Lobos/Renato Russo)

Você diz que tudo terminou
Você não quer mais o meu querer
Estamos medindo foras desiguais:
Qualquer um pode ver
Que isso terminou p' você.

São isso palavras: teço ensaio e cena
A cada ato enceno a diferença
Do que é amor ficou o seu retrato
A peça que interpreto
Um improviso insensato
Essa saudade eu sei de cor
Sei o caminho dos barcos.

E a muito estou alheio e quem me entende
Recebe o resto exato e tão pequeno:
Ó dor, se há - tentava, já não tento.

E ao transformar em dor o que é vaidade
E ao ter amor se este é só orgulho
Eu faço da mentira, liberdade
E de qualquer quintal faço cidade

E insisto que é virtude o que é entulho:
Baldio é o meu terreno e meu alarde.

Eu vejo você se apaixonando outra vez
Eu fico com a saudade
Você com outro alguém.

E você diz que tudo terminou
Mas qualquer um pode ver:
Isso terminou p' você.